Como?
Este artigo foi publicado graças a todos os terapeutas corajosos, honestos e responsáveis que sem medo, animados com a certeza e autoconfiança do anonimato, partilharam as suas experiências. Graças a eles muitos outros vão poder inspirar as suas vidas e transformar uma crise numa bênção.
És um terapeuta próspero e rico ou estás imerso na falta? Crias ou resistes à abundância, impedindo-a de entrar na tua vida? Se és terapeuta e a tua área financeira não está como desejas não estás sozinho, existem mais a passar pela mesma experiência.
Mas aqui reside um paradoxo. É urgente mudar! Um terapeuta falido, sem dinheiro, não pode ajudar quem lhe pede ajuda. E pior está a contribuir com a sua vibração para um mundo cada dia mais pobre e miserável.
Caro colega e amigo não tenho qualquer pretensão de te ensinar seja o que for, eu simplesmente vou partilhar contigo a minha experiência de transformar uma crise numa bênção.
Nas antes de partilhar como transformei as minhas crises em bênçãos é preciso saber porque nos deixamos mergulhar na crise.
Sabem a história do sapo dentro da panela de água quente?
Esta velha história serve para ilustrar o que hoje se passa não só com terapeutas, psicólogos coachs e outros. Diz-se que se metermos um sapo dentro de uma panela com a água do charco que habita e se essa panela for posta sobre uma fonte de calor, até a fervura, o sapo morre feliz, cozinhado. Mas, se metermos um sapo desse mesmo lago em água bem quente, perto da ebulição, o sapo salta apesar de queimado, enquanto que o primeiro continua feliz até a cozedura.
Porque é que esse fenómeno acontece?
Ignoramos os sinais de mudança à nossa volta, vamo-nos habituando a empurrar com a barriga. Perde-se a coerência, esquecemos o que é ser terapeuta, afastamo-nos do altruísmo e por consequência perdemos a essência do terapeuta. O canal de luz, cura e abundância. Estamos prestes a morrer, mas ficamos boiando, estáveis e apáticos, na água que se aquece a cada minuto. Morremos felizes, sem tão pouco termos percebidos que nada é mais é como dantes.
Como transformar algo negativo em benéfico
O que vou partilhar da minha experiência de vida tem mais de 30 anos e mostra como transformei situações aparentemente caóticas em bênçãos. Não importa se perdeste o emprego, a tua empresa faliu, se perdeste os melhores clientes ou se alguém te deve e não paga, se sofreste um acidente ou doença como AVC ou outra que aparenta “ser de repente”
Vou contar-te algo que se passou em fevereiro de 1984 que mudou toda a minha realidade.
Iniciava um projeto novo depois de uma longa crise económica que quase me tinha levado à falência. Estava prestes a completar os 30 anos e sonhava com o sucesso nos negócios. Tinha garantido o sustendo da família com um pequeno, mas rentável negócio, gerido pela minha esposa e sogros. Com essa garantia, sentia-me livre para dar saltos mais largos e arrojados na realização dos meus sonhos. A nova empresa destinava-se à arquitetura e decoração de interiores. A economia de Portugal recompunha-se de três ameaças de bancarrota, diligenciadas por uma socialização feita de forma abrupta. Mas a esperança reinava com a possibilidade de o país entrar na CEE.
Focado no sucesso, nasce a ideia de fazer crescer a empresa, que lutava para manter em dia os ordenados da equipa formada por 3 colaboradores multifuncionais. Como a área metropolitana de Lisboa e limítrofes se encontrava em estado de saturação, começo a oferecer os meus serviços nos distritos mais prósperos e menos afetados pela crise politica de uma década. Depois de um breve estudo económico tinha percebido que o distrito mais próspero e menos penalizado pela profunda crise política se encontrava a norte de Portugal.
Nessa procura de expansão encontro-me com a minha pequena equipa de colaboradores num pequeno, mas pitoresco lugar chamados Sobrados, da freguesia de Paço, Sabrosa, no alto Douro. Depois do trabalho íamos até uma das 3 tabernas da aldeia. Os colaboradores ficavam numa mais próxima da residência, onde parava a escassa juventude da aldeia enquanto eu ia a um lugar mais distante com telefone público. Naquela altura os meios de comunicação eram precários e só no final de cada dia contactava a minha esposa, que durante a minha ausência, atendia os telefonemas da minha pequena empresa, além de gerir o seu negócio. Depois de me inteirar do ocorrido aproveitava para ter dois dedos de conversa com o velho proprietário do tasco sombrio, escavado na pedra com um balcão de madeira coçado pelo movimento dos tempos em que a aldeia tinha vida. Um homem de muita idade seco como um torgo e torcido como um arroxo, conseguia resistir à tuberculose que o definhara mas não o derrubava e aos noventa e muitos anos encontrava-se lúcido como um rapazola de 16 anos.
Depois de usar o telefone público ficávamos a conversar, geralmente de suas experiências. Eu gostava de o ouvir falar das suas experiências do tempo que dedicava aos negócios de resinas, madeiras e da corrida do volfrâmio em Portugal. O senhor chamava-se Nóbrega e tinha nascido no final do século XIX e na segunda ou terceira noite que se falava de prejuízos e lucros, que eram as duas faces do negócio, este senhor prestes a completar um século dá-me gratuitamente o segredo de transformar um prejuízo em lucro. E diz-me “no negócio onde deixares as calças, prepara-te para buscar um fato”. “Uma pessoa de sucesso nunca fica pelo prejuízo.”
Foi com este concelho do senhor Nóbrega que a minha vida transformou um prejuízo na minha maior expansão no mundo empresarial.
Agora vou explicar tintim por tintim qual foi o prejuízo que alavancou ao maior sucesso na minha vida empresarial.
Na manhã seguinte quando me dirigia a pé com minha equipa para a obra, fui abordado por um aldeão que me falou na possibilidade de ajudar um amigo de Viana do Castelo, que tinha sido seu colega de trabalho em França. Ele tinha oferecido umas traves de castanho com mais de 300 anos que tinham servido de cumeeiras nas antigas casas de pedra, características desta região. Essas traves tinham sido transportadas por trator até a serração a 5 quilómetros e o amigo precisava de transportar agora a madeira feita com elas para a sua terra natal, mas os transportes da região estavam todos ocupados. A questão era se eu me disponibilizava a emprestar a minha carrinha de 3500 quilos para esse fim. De imediato me disponibilizei e dei as chaves da carrinha para que fossem à serração e carregassem a madeira de castanho. Eu fui com a minha equipa e organizei o meu trabalho para que pudesse estar ausente no dia seguinte do trabalho.
Quando chego à tardinha a carrinha estava carregada com a madeira de castanho. Mas o peso era muito mais do que a carrinha poderia transportar. O primeiro impacto foi sentir-me mal, enganado, porque o aldeão me tinha garantido que não seria peso em excesso. Não conhecia as pessoas de nenhum lado e até ao momento ainda não sabia quem eram. Mas lembrei-me “nunca fiques no prejuízo, onde perderes as calças vai lá buscar um fato”. Naquele momento poderia decidir não ir… recusar-me simplesmente. Estava acima da carga máxima. Se ia poderia ter várias complicações legais. Se não ia ficaria sem saber o resultado. Mas mesmo assim decidi ir. Procurei o aldeão e combinamos sair às 4 da manhã. Era um percurso de 300 quilómetros com mais de 100 através da montanha, com excesso de carga em marcha lenta. Às 4 da manhã conheci o amigo do aldeão e um primo, no total seríamos 4 e só havia 3 lugares na cabine. Aqui há mais uma infração ao código da estrada, transportar alguém em cima de uma pilha de toneladas de castanho a uma temperatura de 8 ou 9 graus. Mas já vinham preparados com uma manta para se embrulharem e acomodarem em cima da carga de madeira.
Os pneus estavam achatados acusando o excesso de peso, as estradas da altura eram estreitas e esburacadas, seriam 300 quilómetros de aventura. Ainda não tinha nascido o dia já tinha arrebentado um pneu em plena montanha ainda no distrito de Vila Real. Agora sem pneu suplente o cuidado era maior. Já foi em pleno Minho que comprei um pneu novo e aí senti-me mais seguro. Mas sempre que a ansiedade, o medo, a culpa ou a raiva se aproximava eu dizia “onde deixar umas calças vou buscar um fato. “
Ao meio-dia entravámos em Braga. O amigo do aldeão, pessoa de poucas falas, sugeriu que almoçássemos. Aí durante a refeição abrimo-nos um pouco ao diálogo. Já só faltavam 70 quilómetros e a estrada era bem melhor. Por volta das 15 horas tínhamos chegado a Castelo do Neiva, uma freguesia próspera a sul da cidade de Viana do Castelo.
Com a ajuda de um trator conseguimos subir por um quelho estreito até a carpintaria responsável por transformar aquele castanho centenário em lindas e valiosas caixilharias que ornamentariam a casa da praia da Amorosa do amigo do aldeão.
Depois de descarregar respirei de alívio e preparava-me para a partida. Mas logo um grupo de desconhecidos nos cercaram e não permitiram que saíssemos sem jantar. O tempo passou rápido, mas deu para visitarmos dois ou 3 lugar na freguesia que mostrava fervilhar de progresso.
Nesse dia conheci várias pessoas e fiquei com a vontade de voltar aquele lugar. O amigo do aldeão foi generoso para cobrir as despesas e regressei com o aldeão ao alto Douro satisfeito. Chegamos já perto da meia noite.
Agora vejam o resultado:
Regresso a Lisboa e continuo a procurar desenvolver a minha pequena empresa de arquitetura de interiores. Ainda não se tinham passado 3 semanas e recebo uma carta de Castelo do Neiva de um pescador a pedir um orçamento para os acabamentos interiores da sua casa nova. Aí começou a escalada para voos e ganhos imagináveis. A equipa que me acompanhava entrou em rota competitiva iniciando uma conspiração que rapidamente provocou grandes estragos no trabalho. Mais uma vez uso o ensinamento do Sr. Nóbrega “não te foques no prejuízo onde deixares as calças vai buscar um fato” depois de avaliar o estrago dessa conspiração multipliquei por 10 o valor do fato. Afirmei para comigo o que preciso fazer para multiplicar por dez? A conspiração obrigou-me a decidir se ficava com o prejuízo ou se o transformava em investimento de 1000%, multiplicando por 10.
Em Abril começo a preparar uma equipa da região e em Maio crio em Viana de castelo a primeira filial. Rapidamente se expandem os clientes e no final do ano abria uma segunda filial nos arredores de Vila Real. Sempre que alguma coisa parecia não correr de feição lembrava-me “onde perderes as calças vai buscar um fato” e um novo produto ou serviço surgia.
Muitas vezes encontro pessoas que ficam agarrados a situações do passado, hipotecando a sua vida, sendo um estorvo para a natureza.
Como é que alguém agarrado a um acontecimento ruim pode melhorar a sua vida?
Numa crise há sempre duas opções a escolher: ou culpar-se e culpar os outros, as circunstâncias, as pessoas ou instituições ou transformá-la num ESTÍMULO.
Como fazer?
PERANTE uma situação inesperada aparentemente prejudicial é preciso pensar numa maneira de transformá-la num INCENTIVO excitante para algo novo.
Atenção: não estou a dizer para se esquecer ou ignorar o incidente. Com a entrada das novas tecnologias que vai dos telemóveis e internet a toda uma infinidade de recursos esqueci a técnica simples de transformação de uma crise numa oportunidade. Então quando o sistema vigente mundial se afundou em 2008 no lodo, os meus projetos inovadores de reciclagem e transformação pessoal, perderam os seus clientes. Tentei controlar o meu projeto de vida, totalmente desgovernado. Usei as mais variadas e modernas técnicas e o resultado foi um AVC Isquémico. Mas perante aquela situação, mesmo antes de entrar na ambulância agradeci. Agradeci… agradeci… envolvi-me por um profundo estado de gratidão. Sabia que precisava ir buscar um fato, não tinha passado por todas aquelas experiências para morrer na praia.
Às vezes isso pode parecer muito difícil para quem está de fora, mas não se iludam. Encontrar um desafio, um novo projeto ou algo que nos possa incentivar e inspirar na cama de um S.O. de um hospital, é decidir viver ou morrer. Por outras palavras, sair dali para uma nova vida ou afundar-se na fuga à vida. Nunca percas tempo com o prejuízo, onde deixaste as calças prepara-te para buscar um fato.
Agora vejam outro exemplo.
Em 1990, apercebi-me que o negocio até a pouco próspero dava sinais de estagnação. Analisei que gastava muita energia a tentar receber dinheiros de clientes que me deviam; tinha para cima de meio milhão de contos de créditos que consumiam muita energia para os reaver. Fiquei convicto que em vez de me focar em aumentar a minha empresa focava-me em reaver dinheiro que me deviam. Aí de novo decidi largar tudo, onde deixei umas calças teria que buscar um fato. Mal tinha tido a ideia de largar e não desperdiçar mais energias, já tinha uma proposta que obrigava a minha empresa a se tornar cotada com alvará de obras públicas. Em 6 meses expandi para Barcelona. Ganhei 100 vezes o que tinha largado.
Caro colega e amigo este texto vai longo, esta experiência vai fazer parte de um workshop de cinco aulas que vou facilitar gratuitamente para todos. Também temos um grupo anónimo de apoio, informa-te a tua identidade está protegida pelo anonimato.
Vem libertar pensamentos obcecados com os eventos negativos e direcioná-los na criação de algo positivo.
É tão delicioso, simples e eficaz!
Põe a tua questão no fórum lembra-te que tens garantido o anonimato.