Há coisas que se aprendem navegando,
e coisas que se aprendem naufragando.
Hoje é conhecido que a ansiedade sobe de forma galopante na sociedade moderna. Os motivos, apesar de já bem identificados, continuam a provocar grandes estragos na sociedade, arruinando muitas vidas ainda em flor.
Hoje para ilustrar este artigo, vou transcrever parte de um mail acabado de receber, para preservar o anonimato e preservar a confiança do utente que sofre. “Ajudem-me a ter a minha vida de volta”, é o assunto do email.
Como referi vou transcrever só parte do mail para preservar o anonimato. “Por favor ajudem-me. Iniciei o consumo de ansiolíticos no último ano da faculdade há mais de 10 anos. Daí para cá a qualidade de vida enfraqueceu de forma assustadora. Sinto-me dependente de uma droga que me anula a cada dia que passa. Já tentei 3 vezes o desmame, mas é horroroso; antes de chegar a meio do programa, entro no inferno. A ansiedade, as náuseas, os espasmo, e sensações que não consigo descrever, fazem da minha vida um suplicio. Ninguém merece vale mais a morte. Não sei se foi da ultima tentativa de desmame…, agora também me foi diagnosticada intolerância ao glúten e alergia a muitos alimentos e até vitaminas. Por favor deem-me uma luz que mostre um caminho para sair desta tortura”.
Todos os dias chovem na minha caixa de correio eletrónico vários emails de homens e mulheres, das mais variadas idades e estratos sociais com conteúdo idêntico. Infelizmente trata-se de “um problema de saúde pública” e o seu uso e abuso não deixa de aumentar a cada segundo que passa. Não se descortinando uma redução à vista; bem pelo contrário…, o seu consumo é incentivado diariamente pelos agentes da indústria da doença.
A situação é angustiante é urgente fazer alguma coisa. Vou tentar elucidar esta jovem senhora que em sofrimento aclama por ajuda.
O que mais me tortura nem é o uso e abuso destas drogas, receitadas pelos detentores do poder para tal. O que me tortura mesmo é a ignorância desses mesmos agentes sujeitarem os infelizes toxicodependentes a fazer o desmame da droga.
Será que não há consciência de como funciona uma dependência química? Mais uma vez vou esclarecer como funciona uma dependência química.
Numa dependência química existem dois componentes: a compulsão e a obsessão. A compulsão é física e manifesta-se SEMPRE que a droga é subtraída. A obsessão é mental.
A compulsão desaparece logo que a droga é retirada definitivamente do organismo. A obsessão mental desaparece quando se muda o paradigma com que o usuário gere a sua realidade.
Nenhuma droga dever ser abandonada (desintoxicada), sem a ajuda de um terapeuta ou médico experiente e responsável. Quem aconselha o desmame, não imagina tão pouco o que é uma dependência.
Porque é que o desmame é tão perigoso?
Vejamos; cada vez que se reduz a droga, há uma manifestação violenta (compulsão) do organismo. O organismo vai fazer tudo que esteja ao seu alcance para que lhe seja dada a droga da qual se encontra dependente. Começa normalmente com ansiedade, se não lhe derem mais droga vêm outros sintomas mais violentos: náuseas, rejeição alimentar até intolerâncias, espasmos etc…. Assim acontece sempre que se reduz a dose, levando em alguns casos à exaustão física por longos períodos. Quanto mais se tentar reduzir maior é compulsão física.
Quando é que este panorama não acontece? Este panorama não acontece a quem não é dependente. Por outras palavras pode usar-se uma droga dura como a benzodiazepina e nunca se ficar dependente. Da mesma forma que se pode viver alcoolizado durante anos e nunca ser alcoólico. Vejam este exemplo, por favor…, Portugal durante 13 anos manteve uma guerra nas ex-colónias africanas. Os militares Portugueses, para aguentarem o stress de “guerra de guerrilha”, na sua esmagadora maioria, saíam do continente Europeu alcoolizados, regressando ainda alcoolizados. Eram 24 meses mergulhados no álcool. Mas daqueles militares só cerca de 10% eram alcoólicos. Todos os outros 90% deixaram o abuso do álcool e passaram a ser bebedores sociais.
Apesar de nas outras drogas o processo ser semelhante, nenhum alcoólico consegue deixar o álcool reduzindo (desmamando). Da mesma forma que desmamar uma benzodiazepina é altamente perigoso, deixando normalmente cicatrizes para toda a vida.
Se vives ansioso, pede ajuda para mudar o paradigma obsoleto com geres a tua realidade, em vez de consumires uma droga que não te resolve o problema e te rouba avida.
Se és consumidor dessa droga e desejas a tua vida de volta, não te aflijas, há sempre uma solução perfeita, sem o desmame que tantas vidas tem roubado.
Se és médico ou terapeuta e estás a ler este artigo, a Fundação A. Shiva e agora também a Casa Escola António Shiva disponibiliza cursos gratuitos.
Incondicionalmente disponível,
António Teixeira Fernandes
Gostei muito de seu artigo, muito esclarecedor,e,achei ainda que é um verdadeiro alerta. Sr.Antonio me encontro nesta difícil situação, pois tenho uma filha de 42 anos e ela ao nascer teve Paralisia Cerebral,foi crescendo,e com muita ansiedade,era muito desesperador.Ela fala,anda e é muito alegre.O stress foi muito grande,chegou a ansiedade generalizada,pânico, sendo assim diagnosticada. Após passar por 10 médicos,em Brasília-DF e Goiânia-GO foi o último médico a receitar(Topamax 100mg, Paxil 25mg,e Seroquel 300mg). O fígado esta prejudicado.
Bom dia Maria. O seu comentário foi respondido por email.
como todos eu tambem sofro muito com essa doença nao aguento mais tomar remedios meu corpo fica em constante tensao representa que meus nervos estao sendo repuchado nao consigo mais conviver com essa doença. se vc tiver algum medicamento que possa me ajudar para que eu possa me sentir melhor e tentar viver ja cheguei ao ponto de tentar suicidio grato se puder me ajudar
Bom dia Valdinei, parabéns pela sua honestidade e coragem, embora não haja duas pessoas iguais, todos somos feitos da mesma matéria. Para se libertar da ansiedade você precisa somente de uma coisa: atualizar o seu paradigma. Para que uma nova forma de enxergar a vida e o mundo o liberte do medo sem objeto (causa), que carrega seu sangue de adrenalina que é transformada no sofrimento bem conhecido por todos que vivem essa experiência. Mas atenção é possível que agora tenha outro problema, comum à maioria. A dependência a drogas duras receitadas pela indústria da ansiedade.
Como fazer? É preciso separar a ansiedade criada pelo medo sem objeto, resultante de um paradigma obsoleto para o homem da nova era, da ansiedade gerada pela dependência da droga. Mudar o paradigma é muito fácil, basta estar disposto a abrir a mente a outra forma de pensar e aproveitar o treino em gestão de stress que vos é oferecido gratuitamente ou virem fazer uma semana de expansão da consciência à escola António Shiva. A dependência química, passa pelo processo de desintoxicação normal em qualquer toxicodependência. Aqui é preciso ser responsável e ter muito cuidado. Não iniciar a desintoxicação sem ter consciência de como funciona a droga no organismo, o que é a compulsão e como se comporta, o que é obsessão e como funciona.
Se entendeu este esclarecimento e quer recuperar a vida não hesite, é só pedir que será encaminhado para o seu processo de recuperação da vida. Se espera que um medicamento lhe devolva a vida, que Deus o ilumine e oriente.